Depois de quase uma semana em Belo Horizonte, trabalhando e participando de farras gastro-alcoólicas na capital nacional dos botecos, estava finalmente voltando pra casa.
Cheguei em Confins com quase duas horas de antecedência, fiz o check-in e para minha surpresa o vôo estava no horário. Como não tinha almoçado, resolvi ir comer um lanche e tomar um suco (isso mesmo, vocês não leram errado) enquanto esperava pelo meu vôo. Sentei no restaurante e para meu espanto e revolta, um suco de laranja custava o mesmo que um chopp! Não tive dúvida. Como o objetivo era puramente a hidratação, como as duas bebidas tinham a mesma quantidade de água e como o preço era igual acabei optando pelo obvio.
O tempo passou voando e logo estava na sala de embarque. O vôo saiu no horário, logo estava com um saquinho de amendoim e uma cerveja Sol na minha frente. Chegamos em Guarulhos e o motorista estava a minha espera. Tudo perfeito... nenhuma zica ou contratempo.
Quando cheguei em São José, pedi para ficar na casa de um amigo, pois estavam comemorando a nova casa com um churrasco. Desço do carro carregando mala, mochila, barriga e uma enorme vontade de tomar uma gelada.
Mas antes tinha um compromisso inadiável: um chamado da natureza. Deixei a mala e a mochila na sala do e me dirigi para o banheiro, naquela altura o tal chamado já tinha virado um grito.
Voltei para o churrasco, com uma sensação de consciência leve e solta. Estava jogando conversa fora com o Ricardo (novo morador), falando sobre o potencial da nova casa, que cabia muita gente, que cabia um daqueles freezer de boteco, que cabia uma churrasqueira maior, etc. Nossa conversa foi abruptamente interrompida pelo Gervásio: “Putz Ricardão, você está com um problema enorme de retorno de esgoto no seu banheiro!”. Essa observação foi confirmada por diversos outros colegas que passavam por ali.
O Ricardo olha pra minha cara e afirma que a culpa era minha, que ele usou o banheiro por dias e não teve esse problema, que eu interditei o banheiro, entre outros absurdos. Me dirigi ao cômodo da discórdia e fui verificar se realmente tinha alguma coisa errada. Somente um odor de carniça, um leve toque de leite azedo, uma fragrância de água parada e um sutil bouquet de ovo podre. A parte hidráulica estava intacta.
Ao final do churrasco, não entendi porque ninguém quis me dar carona.
Até hoje o Ricardo afirma que a culpa foi minha. Até hoje eu afirmo que nenhum ser humano normal e vivo pode produzir aquele pesadelo do mundo dos odores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário