quarta-feira, 23 de julho de 2008

Casa Nova

Apesar do caminhão de mudanças só encostar amanhã lá em São José dos Campos, as mudanças já começaram há bem mais tempo.

Amanhã, por volta das 19:00 fazem SEIS MESES que começou uma mudança gigante: conheci a CAROL. Mudei, melhorei, apesar de ainda ser estabanado e azarado, mas isso nem ELA pode alterar. Sou mais feliz do que nunca e devo grande parte disso a ELA. começo a tomar decisões e mudar planos futuros por NÓS. Foram meses MARAVILHOSOS e os primeiros de muitos e muitos.

Além de tudo isso, ela também me deu um dominio próprio:

www.estabanado.com.br

A partir de hoje os posts serão feitos por lá. O boteco muda, mas o garçom e a cerveja são os mesmos.

terça-feira, 22 de julho de 2008

O Zíper

“Em 1983, W. Litcomb Judson de Chicago, EUA, patenteou um sistema de fecho que era feito de ganchos e fendas que se agarravam para abrir e fechar. Ainda era um esboço do que conheceríamos mais tarde como zíper. Só em 1913, Gideon Sundback, um sueco trabalhando nos Estados Unidos, desenvolveu as idéias de Judson e produziu um fecho semelhante só que sem os ganchos pontiagudos, usando no lugar "dentes" de metal.” (fonte Wikipédia). Depois dessa breve introdução (no bom sentido, sem maldades), vou dar inicio ao meu post, sobre um dos mais bizarros e quase fatal acidente. Pelo menos ele seria fatal para meus filhos.

Muito antes de conhecer a minha querida Carol, eu estava todo animadinho para uma saída. Estava tudo certo, exceto por um detalhe: eu estava totalmente atrasado. Nessa condição estava mais estabanado que o normal. Como estabanado, tomei o banho mais rápido do planeta, peguei a primeira cueca da minha gaveta, coloquei a calça e fui fechar o zíper. Minha seqüência de zicas começou quando peguei uma cueca velha, daquelas que só servem para dormir, toda desbeiçada, sem elástico, aquela que deveria ficar escondida no fundo da gaveta, aquela que qualquer namorada jogaria fora. A seqüência terminou quando o zíper estava na metade da subida e senti uma dor aguda.

Enquanto a dor se espalhava pelo resto do meu corpo, alguma parte racional tentou ver o estrago. Vi uma cena digna dos piores filmes de terror: uma pequena fração da minha bolsa escrotal (sem a necessidade de links esclarecedores) estava presa em alguns dentes do zíper. Em um movimento de auto-defesa tentei voltar o zíper. A dor beirou o insuportável e desisti da manobra. Cada movimento de perna era acompanhado por uma dor lancinante, me senti amarrado naquelas correntes com bolas de prisão (desculpem o trocadilho).

Lá estava eu, parado ao lado da cama, precisando fazer alguma coisa. Não tinha noção do tamanho do estrago, mas por amor aos meus filhos eu não podia ficar parado. Chamar o resgate não era minha primeira opção, ainda estava no campo das humilhações. Consegui, a custa de mini-passos chegar ao banheiro, nessa hora agradeci pelo tamanho reduzido do apartamento. Peguei uma tesoura e com todo cuidado que só um homem nessa situação pode ter, cortei a calça contornando o zíper. Durante o corte, notei que a minha cueca branca, estava vermelha, indicando a gravidade da situação. Quando o corte acabou, fiquei coberto da cintura para baixo com o tapa-sexo mais bizarro do mundo: um zíper mal cortado e retalhos de cueca. Pelo menos a dor diminuiu.

Procurei uma bermuda com minha única mão livre e com tudo cuidado vesti. Obvio que não deu muito certo e não consegui fechar a bermuda. Peguei uma toalha de rosto e cobri as minhas partes. Sai de casa e só me dei conta de quão ridícula era a cena quando apertei o botão do elevador. Você, querido leitor, já pensou em abrir a porta do elevador e encontrar um cara de bermuda, segurando uma toalha na região pubiana e com cara de dor. Cheguei no meu carro e nunca fiquei tão feliz por ele ser automático, não teria que me mexer para trocar as marchas. Dirigi como uma senhora de 90 anos com seu jogo de cristais no porta-malas do carro. Com muita calma cheguei ao pronto socorro.

Lá fui colocado em uma cadeira de rodas e fui alvo de curiosidade de todos que esperavam atendimento. Depois de entregar a identidade e a carteira do convenio para uma moça (já pensou se esqueço?) fui levado para uma sala reservada. Lá tinha um instrumento de tortura medieval: uma cama com dois suportes para os pés. Com muito jeito eu sentei e fiquei naquela posição humilhante. O médico olhou o estrago e logo me tranqüilizou: eu não havia perdido nada, exceto sangue. Mas teriam que anestesiar para tirar o zíper e fazer assepsia. A idéia de levar uma picada (desculpem por mais este trocadilho) nas jóias da família não era nada agradável. Mas a falta de melhores opções fez aceitar.

Depois de alguns minutos, a paz voltou a reinar nas regiões baixas. Não vi muita coisa porque colocaram um pano azul no meio da cama. Me mostraram os retalhos da calça e da cueca, tentaram elevar minha moral dizendo que isso era mais comum do que imaginava (só esqueceram de dizer que era comum em crianças). E falaram que iam dar os pontos. Opa, alto lá... ninguém me disse sobre essa parte. Mais agulhas? Mais cicatrizes, já não chega as da perna? Falaram que seriam “só” quatro pontos. Que eles iriam cair sozinhos em até sete dias (os pontos, né?).

Depois de toda essa humilhação, de todo esse mico ficaram duas lições valiosas:

1. Calça jeans não combina com cueca velha se você é estabanado. Prefira cuecas novas e/ou calça com botões.

2. Graças a Deus que o tal sueco do primeiro parágrafo aperfeiçoou o zíper. Já imaginou se eles ainda fossem com ganchos e fendas?

Por motivos óbvios este post não está ilustrado.

Tem um Boff olhando por mim

Sim... É exatamente isso que vocês leram.

Deixa eu explicar melhor, para evitar maiores problemas e interpretações maldosas. Eu fechei hoje o sistema de alarme e monitoramento da casa, afinal tenho que proteger o meu maior bem: a torre (maior literalmente). Só que a empresa de monitoramente chama-se Boff.

Fiz a alegria da Carol. Ela soltou frases de efeito como: “Vai ter um Boff te olhando.”, “Monitorado por Boff 24h por dia.”, “Se tiver problemas, liga para o Boff.”, entre outras.

Tirando as piadas prontas da minha namorada, estou pensando nas confusões que vou aprontar com esse alarme monitorado. Esquecer senha, senha de coação, palavra secreta, são tantas opções, nem sei por onde começar. Sem falar que eu e a primeira dama somos distraídos. Sem falar em eventuais chegadas em casa no modo “alegre”. Ainda bem que fiquei alcoolicamente mais comportado.

Isso ainda vai dar muito post.

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Olha o Boff ai, gente!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Sabesp x Águas de Itu

Eu nunca tive muita sorte com atendimento telefônico eletrônico, já postei sobre um problema que tive com a Embratel e outro que tive com a TAM. Na verdade, com este último a culpa foi minha, porque desta vez digitei os dados no notebook ao invés do aparelho telefônico.

Agora a pouco transferi a conta de luz para o meu nome, cujo maior problema foi soletrar meu sobrenome: D de dado, Z de Zebra, I de índio, O de ovo, B de bola, E de escola, Z de zebra, I de índio, N de navio, S de sapo, K de kibom e I de índio. Mas para o meu espanto, a atendente escreveu certo e tudo foi rápido.

Hora de transferir a conta de água. Acessei o site da Sabesp e penei para achar um 0800, descobri que no Interior devemos ligar para o 195. Liguei, uma gravação começa a falar pausadamente: “Prezado Cliente, seu tempo de espera é de quatro HORAS e vinte e sete MINUTOS.”... Hein???? Calma ai!!! Tudo bem que essas previsões sempre são para erradas, mas assim já é demais. Esperei alguns minutos e fui atendido, descobri tinha que ligar na agência de Itu, cujo telefone eles não tinham e que eu deveria olhar na conta.

Entrei no site outra vez. Roguei praga para o webmaster da Sabesp. Não achei o telefone da agência de Itu. Perguntei para o pessoal da minha sala, se alguém tinha uma conta de água ou o telefone da Sabesp. Todos riram e alguém falou que em Itu não tem Sabesp, tem a Águas de Itu. Depois de todos rirem por eu ficar quase dez minutos falando com a Sabesp, liguei na empresa certa.

Não consegui resolver o problema por telefone, vou ter que ir pessoalmente com cópia do RG, CPF, contrato da casa, certidão de batismo, última conta paga, contagem de glóbulos brancos, extrato bancário, raio-x dos pulmões, carteira de filiação da Gaviões da Fiel, exame de fezes e uma foto 3x4 datada e recente.

Estava bom demais para ser verdade, a praga vai continuar na casa nova.....

Padre Carli é homenageado

Já falei mais de uma vez daquele padre maluco que brincou com balões, Adelir de Carli. Na minha humilde opinião, seu sobrenome deve ser uma homenagem ao Curly, um dos integrantes dos Três Patetas (Larry, Moe & Curly). De bobeiras, esquisitices e afins eu posso falar com propriedade, sem dúvida nenhuma o Padre fez a maior zubice da sua vida.

Existe um site, Darwin Awards, que mostra as mortes mais esquisitas do mundo. Segundo o titulo do site: “Homenageando aqueles que aprimoram a espécie... removendo-se acidentalmente dela!”. Não é que o Padre conseguiu ganhar um premio duplo? O texto dos caras está muito engraçado. Vale a pena perder uns minutos para rir.

Afinal? Cadê o corpo do Padre? Será que ele vai virar mais uma lenda urbana? Já vejo as manchetes nos jornais daqui uns anos: "Padre Carli é visto saindo da balsa Santos-Guarujá", "Piloto afirma que o Padre Carli quase colidiu com a aeronave", "Escoteiros encontrar o Parde Carli em caverna próxima a Paranapiacaba".

Até agora não houve nenhuma confirmação oficial que aquele meio corpo encontrado no litoral fluminense seja do padre. Pensando bem, se for ele mesmo, podemos afirmar que o Padre chegou na metade do seu objetivo, a outra metade do Padre não.

domingo, 20 de julho de 2008

Não sou a Embratel, mas tenho a minha torre

Nas minhas andanças por este mundão, sempre que via torres de celular, torres de rádio, qualquer tipo de torres, ficava pensando como seria ser vizinho destas estruturas. Poderia aprontar um monte, várias possibilidades novas.

Meu sonho foi realizado no último sábado. Peguei as chaves da minha casa nova e para minha surpresa, no corredor lateral tem uma torre de uns quinze metros que é usada como suporte para umas quatro antenas UHF, uma VHF e a antena da internet a rádio. De todas essas antenas, a única que vou usar é a da internet. A demais poderão virar enfeite, já que ontem, antes mesmo de entrar o primeiro móvel na casa eu já tinha sido brindado com a instalação da SKY. Será um sinal de sorte? Nunca tinha visto isso.

Voltando a torre, eu e a Carol já pensamos em várias possibilidades. Segue lista com as melhores:

1. Mastro para bandeiras. Quando o Timão ganhar hastearemos a Bandeira, se ele perder ficara a meio-pau. Podemos colocar bandeiras comemorativas e/ou festivas, divulgando situações especiais para amigos e visitas. Se baixarmos alguma série da Carol (Ugly Betty, Grey’s Anatomy, etc) poderemos hastear uma bandeira pirata.

2. Já temos a estrutura da maior árvore de Natal do bairro. É só subir e decorar com lâmpadas de Natal e um Papai Noel descendo com uma bandeira do Timão em uma mão e uma lata de cerveja na outra (como ele iria se segurar? Será que essa entidade tem imunidade gravitacional?).

3. Uma instalação artística. Essa idéia é da Carol e eu não sei bem como funciona.

4. Decorar com trepadeiras – as plantas.

Para sorte dos vizinhos eu amadureci um pouco nos últimos anos, ou iria arrumar formas de testar o limite elástico da torre, ver se ela se sustenta com um único parafuso, amarrar pipas gigantes ou usar de pára-raios em dias de chuva forte.

Amanhã já tenho internet instalada, só não tenho um computador ou qualquer outro móvel em casa. Planejamento perfeito para um cara que coloca no currículo: Planejamento e Gestão de Obras. Na verdade eu estou certo, SKY e a internet são prioridade número um, acima de geladeira, cama, fogão e demais futilidades.

Aguardem por mais posts sobre a casa nova ao longo da nossa programação normal.
 

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Fachada da casa nova, a minha torre e a escada do instalador da SKY.

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A base da minha torre, será que ela fica de pé se tirar três parafusos???
 

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A minha torre e os seus pinduricalhos.
 
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Mais um detalhe da minha torre. Só para preencher o espaço do post e não ficar esquisito.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Somatória de tranqueiras

É duro crescer e virar “gente”. A partir da próxima quinta estou de casa nova. Finalmente uma casa, com espaço para a futura gata vira-latas e a minha futura Rottweiler, espaço para poder fazer um churrasco improvisado (YEY), espaço para uma mesa, espaço na cozinha, enfim ESPAÇO!!!! Hoje fechei com a empresa que vai trazer minhas coisas de São José dos Campos para Itu. A mocinha me pediu uma lista do que seria transportado, enquanto fazia a tal lista, me peguei viajando na batata e saiu este post... hehehe

Meu “apertamento” na Vila Mariana em Sampa tinha 25m². Uma kitinete muito bem localizada, porém mal cabiam meus problemas da época. O quarto-sala-cozinha era uma coisa só, pelo menos o banheiro tinha porta e eu tinha só uma janela. Quando mudei para São José dos Campos, levei tudo em uma Kombi. Basicamente meus pertences na época eram:

1. Roupas e sapatos;

2. 01 TV de 14”;

3. 01 Caixa (arquivo morto) de papéis;

4. 02 Panelas;

5. 01 Jogo de pratos e talheres;

6. 01 Radio Mp3;

7. 01 Colchão de casal e edredom;

8. 01 Microondas minúsculo;

9. 01 DVD Player;

10. 01 Armário para as louças;

11. 01 Caixa de Ferramentas;

12. 01 Móvel Computador;

Quando cheguei a São José, mudei para outro apartamento, ainda pequeno (43m²). Mas já era um mundo novo. Tinha cozinha e lavanderia com porta e janela, sala com janela, um bom quarto com porta e janela e um banheiro com porta (hehe). Olha só o progresso: duas janelas e duas porta a mais!!!!!! Obviamente, todo este espaço a mais pediu mais móveis e coisa que eu não tinha. Em pouco mais de dois anos que fiquei ali juntei muita coisa:

1. Roupas e Sapatos

2. 01 TV de 14” – a mesma Highlamder;

3. 01 Caixa de Grande de papéis (sim, acumulou muita coisa);

4. Muitas panelas, frigideiras e coisas legais de cozinha (sim, cozinhar ficou legal)

5. ½ jogo de pratos e talheres (muitos foram quebrados);

6. 01 Rádio Mp3 – outro Highlander;

7. 01 Colchão de Casal e o Edredom – sobreviventes;

8. 01 Microondas maior;

9. 01 Gravador de DVD;

10. 01 Armário para louças – inteirão!!!!

11. 03 Caixas de Ferramentas;

12. 01 Móvel para Computador – o mesmo, meia boca;

13. 01 Desktop – still alive

14. 01 Decodificador da SKY;

15. 01 Decodificador SKY+ - na verdade ele não me pertence, é comodato;

16. 01 TV de 29”;

17. Sofá de dois lugares;

18. Geladeira;

19. Fogão;

20. Máquina de lavar;

21. 01 Armário Porta Tudo;

22. E muita, muita, muita miudeza!!!!!!!!

Agora vou ter mais dois quartos, sala maior, cozinha maior, enfim.... muito mais espaço para juntar tranqueiras!!!

Espero que essa seja uma das minhas últimas mudanças. Mas agora a tendenica é acumular mais e mais coisas. Mais tranqueiras e coisas legais que vou juntar. Tranqueiras da cachorra e da gata. Tranqueiras da futura esposa. Talvez na próxima eu tenha que usar um caminhão grande!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O Caminho do Inferno

Conforme prometido, vou descrever a quase tragédia que o PESSOA aprontou na destilaria Mezcal Mestico de Oaxaca, como testemunha ocular, posso garantir que nenhum animal foi machucado durante este relato e que nenhuma propriedade foi danificada. O único dano foi a moral do PESSOA.

Na primeira parte da visita, lá nas plantações de Maguey Espadim, PESSOA já estava morrendo de vontade de ir ao banheiro, mas a visita estava interessante, apesar de não entender quase nada que o guia falava. Imagine a cena: você leitor, branco como um papel, andando debaixo de um sol mexicano, meio inchado pelas bebedeiras dos dias anteriores. 

PESSOA reuniu, suas últimas forças que não estavam segurando a bexiga, ultrapassou alguns velhinhos que estavam juntos ao guia e perguntou sobre um sanitário. Ele apontou uma construção a uns 200 metros de onde estavam. Saiu andando o mais rápido que suas tremulas pernas deixavam. Parecia que nunca chegaria, mas a heresia de estragar um Maguey fazia PESSOA continuar sua árdua jornada.

Quase como aquela maratonista suíça que chegou cambaleando na olimpíada de 1984, PESSOA chega em uma porta, sem pestanejar ele abre e alivia de toda aquele fardo que ele carregava. Talvez a pressa de aliviar, ou a vista acostumada com a luminosidade, ou talvez os shots de Mezcal tomados nas outras visitas fizeram com que PESSOA não visse aonde estava aliviando. Só notou que havia algo de muito estranho quando uma horda de gansos corria e grasnava em sua direção.

No mais puro extinto de auto-preservação, PESSOA guardou as “jóias da família” com muito medo daqueles bicos afiados e furiosos, em um movimento que faria qualquer ninja morrer de inveja. Em um segundo, mas não tão rápido movimento, PESSOA pegou um pedaço de pau e passou a gritar palavrões em português para os gansos, talvez por não entenderem o que estava sendo dirigido para eles, os gansos continuavam na sua corrida. Ou talvez ele estivessem bravos por PESSOA ter se aliviado na casa deles.

Os gansos chegaram a poucos passos da sua casa, PESSOA levantou o pedaço de pau que havia pego no chão, pronto para se defender e o guia veio correndo e gritando: “¡No lastima los gansos!”. O guia começou a bater os braços como uma galinha gigante, emitir chiados em espanhol e os gansos se mudaram de rumo. PESSOA corre para perto do guia, que por algum motivo se afastou da mão de PESSOA.

Passado o susto, o Guia tentou explicar que os gansos eram responsáveis por comer pequenos besouros que infestam e podem matar o Maguey. Por muito pouco PESSOA não derrubou uma lagrima, pensando que podia ter batido e até matado os anjos da guarda do Mezcal. Como forma de compensar os produtores do Mestico de Oaxaca, PESSOA comprou quatro garrafas da última safra de Añejos. O peso na consciência diminuía a medida que os primeiros goles de Mezcal desciam pela garganta.

O Caminho do Paraíso

A história a seguir será contada em duas partes, a primeira aconteceu comigo e a segunda, aconteceu com um amigo de um amigo de um vizinho do dono da padaria, ou pode ter acontecido comigo e até eu tenho vergonha de assumir. Doravante este indivíduo será chamado por ”PESSOA”.

A cidade de Oaxaca está localizada a cerca de 430 km da Cidade do México. O vôo é rápido e a paisagem é linda, vale a pena ser feito durante o dia, aproveite a ida porque geralmente na volta você não terá inspiração... se voltar. O vôo custa cerca de US$ 200,00 (Aeromexico) e ao contrário do que eu pensava, o avião é novo, limpo e sem galinhas e/ou porcos nos corredores.

Depois de deixar as malas no hotel, comprei um passeio pelos principais produtores de Mezcal da região. O passeio é recomendado para depois do almoço, ou no mínimo para depois das 10:00, não recomendo o consumo de Mezcal antes deste horário ou de barriga vazia. Toda pequena destilaria oferece shots de Mezcal, as conseqüências destas pequenas doses de alegria podem ser nefastas. Alias, elas foram quase trágicas.

Na terceira destilaria visitada, a Mezcal Mestico de Oaxaca, eu já estava um tanto alcoolizado. A visita é a mais legal de todas, você conhece todas as instalações. Começando pelas as plantações de Maguey Espadin; os buracos onde as piñas são cozidas por dois ou três dias; os moinhos de pedra onde as piñas são trituradas... estes moinhos funcionam com um burrinho bem simpático; as tinas de fermentação onde a massa triturada fica por até duas semanas, saindo um liquido com 7% de álcool e uma aparência horrível (esse troço era bebido pelos povos antigos e é chamada Pulque).

Depois acontece a mágica: o processo de destilação. Numa primeira etapa, o Pulque continua fermentando e atinge 20% de teor alcoólico, algumas destilarias fundo de quintal para o processo neste ponto, diluem e vendem como “el mas puro mezcal de Mexico”. Uma terceira etapa de fermentação eleva o teor alcoólico a 70% (melhor que muita coisa vendida nos postos do Brasil...), esse é o formato final do Mezcal. Depois disso o liquido é diluído em água destilada até atingir a graduação alcoólica de 40%. Este Mezcal é engarrafado e vendido como Jóven, ou envelhecido por seis meses e classificado como Reposado. A glória é envelhecer por um ano e chegar ao status de Añejo.

Graças a um folheto recebido na destilaria, ainda consigo lembrar de todos estes detalhes, nem sóbrio eu lembraria de tudo.

Se você for forte e tiver fé, os caminhos te levarão a Oaxaca. Se não tiver, seguem os dados abaixo:

Address in Tlacolula:

Mezcal Mistico
Palenque Doña Carmen Chagoya
Av. 2 de abril no. 154
Tlacolula
Oaxaca
CP 70400

Contact details:

Eric Hernández Cortés
Tel: +52 9 562 0146
Email:
mezcalm@prodigy.net.mx
www: http://www.angelfire.com/tn/mistico/

 

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Os portões do paraiso devem ser parecidos com isso.
 

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 Os Jardins do Édem devem ser parecidos com isso. Maguey Espadim.

DSC00207Aqui as piñas são trituradas e moidas, lamentavelmente não acheio foto do burrinho simpático. 

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A mistura com aspecto repugnante: Pulque. 

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Aqui a mágica acontece: tanques de fermentação.

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O projeto dos Deuses: o supremo manjar dos Deus.

Desmotivação

Lá na SadeFem tinha alguns quadros de trabalho em equipe, liderança, resultados. Coisas toscas do tipo: "O ritmo do líder determina o velocidade da equipe (fotos de cavalos correndo em uma planície verde)."; "O acerto vem de várias tentativas (foto de uma bola de basquete errando o garrafão)."; "Uma decisão certa pode motivar todo o time (gota d'água caindo e espalhando ondas concêntricas)."

Não consigo imaginar alguém olhando os quadros e sendo motivado. Esse tipo de pessoa é o mesmo que tenta hipnotizar uma galinha olhando para ela e acaba virando uma galinha. Pessoas de mente fraca... hehehe

No emprego novo tenho duas pessoas trabalhando comigo, e achei cartazes zuba-motivacionais-tabajara, que serão espalhados pela nossa pequena sala e corredores do setor.

O cartaz RETARDS é o papel de parede do micro. A dica foi da Carol e todo dia lembro dela, dou risada com as corujas e fico feliz logo cedo – isso sim é motivação!!!! Conheço vários retardados e lembro deles também. E vocês, queridos leitores, podem se lembrar todo dia deste que vos escreve!!!!

Os cartazes são fabricados pela Despair Inc., mais modelos no site deles.

 

retards trouble
disloyalty dreams
flattery mistakes
sacrifice agony
compromise stupidity

quarta-feira, 16 de julho de 2008

I'm The Great Cornholio!!

A mesa do Mac-Fil sempre teve uma vasta flora de conversas. Geralmente papo de bêbado e coisas sem sentido, mas raramente tinha conversas sérias e com conteúdo. Uma delas, como bem lembrado pelo Beldi neste post, era o desenho Beavis & Butt-Head. Quando o baixava The Great Cornholio no Beavis era riso certo, praticamente como mulheres comentando uma novela no salão de beleza, só que bêbadas e numa mesa de bar.

Reza a lenda que um dia eu me levantei da mesa, coloquei a camisa na cabeça, sai imitando o Cornholio e falando: "I'm the Great Cornholio. I need T.P. for my bunghole!!!"... não me lembro de nada, portanto acho que não existiu! Não passa de uma lenda urbana.

Na verdade, muito do que aconteceu naquelas mesas do Mac-Fil não passa de lenda urbana. Assim posso contar as histórias daquela época sem me preocupar com os homens sérios de hoje, que eram uns jovens bêbados nos anos 90. Sem me preocupar com retaliações e/ou processos por dano moral.... hehehe

terça-feira, 15 de julho de 2008

Programa do Peru - Parte 03

Fiquei meio empanzinado depois do almoço maravilhoso no restaurante T’Anta, onde apreciei  Corvina Sudada Moche e tomei mais umas Norteñas. Calma, minha memória não é tão boa assim para lembrar do nome do prato, na verdade tirei uma foto do cardápio para um dia tentar repetir essa delicia em casa e arrumar mais um post sobre minhas aventuras culinárias no blog da Carol.

Do restaurante fui rolando até o Museo Larco. Museu privado com o maior acervo de peças em ouro e prata e um dos maiores acervos de peças pré-colombianas do país. Você pode andar por uma ala onde encontra as peças classificadas, restauradas e não expostas. Ainda tem uma ala com as peças em diversos estados de resturação.

Não sou nenhum grande critico das artes, na verdade meu acervo se resume a um quadro pintado pela minha mãe, um índio de cerâmica e um cofre-pinguim do Pinguim. Mas algumas das botellas expostas chamaram a minha atenção, ao ponto de um dia querer ter cópias em casa. Só que depois de passar os olhos por centenas de peças, você acaba perdendo muita coisa. No final estava tudo igual, quase perdendo a graça quando vejo uma placa: Sala Erótica. Como assim? Todo tipo de sacanagem passou pela minha cabeça e fui correndo ver qual delas estava certa.

Nem a parte mais tosca da minha imaginação poderia me preparar para o que estava por vir. Uma ala repleta de botellas representando as mais variadas e loucas praticas sexuais: heteros, homos, zoofilias, necrofilias e outras filias que eu nem pensava existir. O melhor era ouvir umas tias rindo pelos corredores, elas ficavam sem jeito quando eu chegava perto. Me lembrou a remota época que lavava revistas de sacanagem escondidas na perna, muito antes de existir a net. Os incas eram bem tarados, todas as figuras estavam rindo, com os genitais superdimensionados, todas as posições possíveis, e como musica de fundo as tias rindo. Muito.

Fui para o aeroporto, comprei umas garrafas de Pisco (só para recordação) e embarquei. Dormi pesado na primeira parte da viagem e acordo para ver o filme A Procura da Felicidade (era por isso que as tias riam no museu?), reclinei minha poltona, abri uma cerveja e relaxei. Relaxei tanto que não ouvi o áudio do filme. Apertei todos os botões do painel e nada de som (aquela peruana da mala maldita). Como a poltrona ao meu lado estava vazia, coloquei meus fones ali na tentativa de sair daquele mundo silencioso. Deu certo!!! Só que aquele painel só emitia ruídos ocasionais e agudos (culpa da peruana da mala).

Me resignei a imaginar o que o Will Smith falava, o que eram aquelas caixas que ele carregava, nada fazia sentido. Sem legendas e sem áudio o filme ficou a cargo da minha imaginação. Demorei um bom tempo para assistir o filme direito. Quando saiu no pay-per-view da Sky, fiz pipoca e deitei na cama e acho que lá pelo meio, faltou luz no meu apartamento. Espero que tenha sido a última praga daquela peruana. Também espero que as malas dela estejam perdidas em algum galpão na Sibéria.

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O almoço que um dia será exibido no blog da Carol. Só tenho que traduzir.
 

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Toda a paz e tranquilidade que só um museu pode passar.

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ZZ Top Rules!!!!!!

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Mania de grandeza!!!

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Gostei dese vaso... um dia vou ter um parecido!

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Alegria, alegria! Faça como eu, sorria!!!!!

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Mão na coisa e coisa na mão.
 

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Não bebo nessa botella nem que seja cerveja DeuS.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

"RALPH" The Wonder Llama

Já que um dos temas do post anterior foi uma Lhama, acabei me lembrando de um vídeo que adoro. Inclusive já foi tema de discussões, entre este que vos escreve e meu saudoso amigo Beldi (nossas histórias merecem um post próprio), que voa nas alturas....

Calma ele não morreu!!! Disse saudoso porque faz tempo que não nos vemos e disse voa nas alturas porque ele é copiloto de uma grande empresa aérea.

Conseguem imaginar alguém entalhando suas iniciais em um alce?

"A moose once bit my sister...

Nø realli! She was Karving her initials øn the moose with the sharpened end of an interspace tøøthbrush given her by Svenge -- her brother-in-law-an Oslo dentist and star of many Norwegian movies: "The Høt Hands of an Oslo Dentist","Fillings of Passion","The Huge Mølars of Horst Nordfink"

O que esperar de um filme dirigido por:

40 SPECIALLY TRAINED ECUADORIAN MOUNTAIN LLAMAS

6 VENEZUELAN RED LLAMAS

142 MEXICAN WHOOPING LLAMAS

14 NORTH CHILEAN GUANACOS (CLOSELY RELATED TO THE LLAMAS)

REG LLAMA OF BRIXTON

76000 BATTERY LLAMAS FROM "LLAMAS FRESH" FARMS LTD. NEAR PARAGUAY

and

TERRY GILLIAN & TERRY JONES

Toda a legenda pode ser lida neste link. Um clássico!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Chega... estou cansando de postar hoje, talvez fique uns seis meses longe do blog! Estou parecendo a Carol.... hehehe

Programa do Peru - Parte 02

Último dia em Lima, ainda meio traumatizado pelos contratempos de ontem e com a cabeça além do tamanho normal pelas Cusqueñas da noite anterior. Tentei me animar, afinal tinha um dia inteiro pela frente, o vôo de volta era à noite e não ficaria no quarto do hotel refletindo sobre o meu azar.

Perguntei na recepção do hotel sobre alguma ruína próxima da capital, que pudesse ser visitada de carro e não dependesse das condições meteorológicas. Fiquei sabendo de um sitio arqueológico a uns 40km de Lima. Liguei para o meu taxista de plantão: Juan Carlos “Coco” Verde e fui até Pachacamac. Só uma observação, os taxis em Lima custam muito mais barato que em São Paulo. Para vocês terem uma idéia, uma viagem de uns 80km, incluindo duas horas de espera saiu por US$ 60,00.

Pachacamac é um sitio arqueológico grande, muito bem conservado e pouco visitado. Os guias explicam muito bem toda a história, em um inglês difícil de entender, mas é melhor do que o meu espanhol tosco. A entrada custa S/ 5,50 (US$2,00) mais uma caixinha para o guia. Se prepare para andar muito, ou pague mais uma grana para entrar com o carro/ taxi e ser levado para cima e para baixo (literalmente). Com sorte você pode acompanhar os trabalhos de escavação e restauração ao vivo. Adivinhem se eu vi alguém escavando ou restaurando? Maldita praga da peruana da mala perdida!!

O que mais me chamou a atenção, é que naquele lugar eram feitos sacrifícios humanos. Pior! Sacrifícios de donzelas virgens. Pior! As candidatas a objeto de sacrifício tinham que estudar por um ano em uma escola localizada dentro do complexo. Pior! Elas ficavam confinadas nesta escola e só voltavam a ver seus familiares no dia do sacrifício.

Por falar em castidade, todos que pretendiam entrar no templo tinham que ficar numa espécie de reabilitação de espirito, corpo e mente. Como? Sessenta dias recluso, sem amigos, sem beber, sem sexo, comendo frutas e peixes, meditando, entre outras coisas. Se eu fosse peruano e vivesse naquela época, com certeza só conheceria Pachacamac pelos amigos. Acho que nem por eles, na verdade, não lembro de nenhum que passaria por isso.

No final, como em todo lugar para turistas, tem uma lojinha de lembranças, uma pequena lanchonete e o mais legal: um mini-zoológico. Sim, ali encontrei um dos meus animais preferidos: uma Llhama. Na escala de preferências do meu mundo bizarro, as lhamas estão entre os macacos (e demais símios) e os lêmures. Cheguei perto da tal Lhama, cheio de amor para dar, louco por um sorriso ou uma manifestação de alegria da parte dela. O tratador falou alguma coisa no dialeto dele, fiquei com cara de interrogação e pedi ajuda ao Coco (taxista e tradutor).

O Coco me disse que o tratador perguntou se eu queria alimentar a Lhama. Eu disse que sim e pedi para o Coco tirar uma foto. Ele tirou uma foto com a Lhama ao fundo e eu me preparei para alimentá-la. O tratador falou alguma coisa e na empolgação não esperei a tradução. Fui dar o capim para ela comer, levei uma cuspida no meu ombro, parte do pescoço e rosto. O Coco estava agachado no chão rindo. O tratador também ria. E a Lhama também devia estar. A foto não saiu, não registrei este mico.

Quando se recuperou, perguntei para o Coco o que o tratador tinha falado antes. Ele me disse para ir devagar com o capim, porque a Lhama se assusta e pode cuspir. No final ainda restava um cachorro de uma raça típica peruana (Perro sin Pelo del Perú), o cachorro é uma figura, todo pelado e com um topetinho. Na esperança de tirar uma foto menos arriscada e humilhante, chamei a atenção do cachorrinho por trás de um cercado. Na exata hora da foto o cachorro se virou, foi embora e com ele a chance de registrar este momento mágico. Achei melhor não ir atrás do Perro, ele podia ficar agresivo como a Lhama e me morder.

Voltamos para o centro de Lima, onde almocei em um restaurante tipico, bebi mais Cusqueñas e fui apresentado ao Pisco del Peru. A tarde me reservava uma agradável surpresa antes de ir para o aeroporto.

 DSC00064 Vista Geral dos altos e baixos de Pachacamac. Vale entrar de taxi, ou quer andar tudo isso a pé?
 

 
DSC00051 Era neste lugar que os malucos que queriam entrar no templo ficavam 60 dias de reclusão.

 
DSC00059 Para quem pensava que só tinha sacrifícios humanos nos filmes, era aqui que as virgens passavam desta para uma melhor.


DSC00063 A escola onde as virgens ficavam estudando por um ano antes de serem sacrifícadas. E ainda tem gente que reclama da faculdade.

 DSC00069 A Lhama Cuspideira.

DSC00065 O Cachorro Pelado Peruano, tímido.

A Frase da Semana:

"Coisas boas acontecem para quem é paciente!"

Será uma semana longa.... alguém conhece Maracugina Litro?

Maldita ansiedade!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Programa do Peru - Parte 01

Ir para o aeroporto cedo ninguém merece. Ir para o aeroporto pegar vôo internacional na madrugada, só para quem fatiou salame na tábua dos dez mandamentos ou urinou ao pé da cruz.

Ainda meio embriagado pelo sono, uma peruana puxou conversa e começou a reclamar da vida e da sorte dela. Imaginem o meu péssimo humor matinal somado aquelas queixas. Não tão no fundo da minha cabeça, eu desejei que as malas daquela peruana fossem encontradas na Índia ou Burkina Faso, ainda ia pagar um preço caro pelas pragas dirigidas a peruana.

O vôo de ida não teve nenhuma grande novidade, cheguei a Lima e fui direto para o hotel trocar de roupa. Depois dos compromissos da tarde, resolvi passear pelo centro da capital. Recomendo uma passada na igreja e mosteiro de São Francisco, onde fica um antigo cemitério, cujos corredores das catacumbas são decorados com crânios, tíbias, fêmures. De volta a civilização, resolvo comer um churro, o lugar lembra muito aqueles carrinhos do Largo 13 de Maio em São Paulo, com um pequeno detalhe: o tal churro era salgado! Passei por uma loja de confiança e comprei os mais saborosos chocolates importados para saciar a minha carência por doces.

Dia seguinte seria especial, uma rápida visita a Machu Picchu. Sabadão de sol, um rápido vôo até Cusco e de lá outro vôo de helicóptero até as ruínas sagradas. O aeroporto de Cusco deu uma prévia do que estava por vir, uma neblina digna da Interligação Imigrantes-Anchieta. A operadora do passeio informou que provavelmente não poderíamos pousar graças à neblina (maldita praga da maldita peruana da maldita mala perdida). Existia a possibilidade de contar com a sorte, decolar e se o tempo melhorasse, pousar e fazer o passeio. Uma rápida conversa entre o grupo de dez turistas que lembrava uma Torre de Babel (2 brasileiros, 5 alemães, 1 americano e 2 mexicanos) e decidimos prosseguir. Precisa escrever se conheci Machu Picchu?

Voltei para Lima com um bico de elefante. Encontrei um bar e gastei muitos Nuevos Soles em Cusqueñas. O dia seguinte seria o último no Peru, mas as melhores pérolas da viagem ainda estavam por vir.

Gosto Discutível

Hoje, exatamente 01:05:52 este humilde blog recebeu sua visita de número 2.000.
Este(a) sortudo(a) chegou até aqui pelo provedor Vivax (CNPJ: 001.402.946/0001-47), IP 189.54.255.71, vindo do meu perfil no Orkut (www.orkut.com.br/Profile.aspx?uid=2593010234346640433).
Sortudo?? Sim!!! Se essa pessoa se identificar ela tem direito a um chopp ou a um vale-chopp. Vai que ela mora em Belém - PA.... Para a visita número 4.000, o prêmio vai ser um jantar a luz de velas no Habbib's!!! Não percam essa oportunidade, visitem e concorram!!!!
Como é bom namorar com uma especialista em segurança!!!!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Psicografia

O post abaixo foi psicografado pela Maria Carolina "Chica Xavier". Ela recebeu o espírito de Luciano "Zuba" Tavares, que vaga sem rumo e sem internet, no limbo cibernético. Segundo informado, ela recebeu as informações pelo msn e pasou a digitar coisas sem sentido.
O espírito Zuba disse que para evoluir, precisa de uma doação de um notebook, internet banda larga e fornecimento vitalício e regular de cerveja DeuS.

Sinais da idade

Meus Queridos e Fiéis Leitores,

Sei que estou sumido. Mas o novo trabalho está tomando todo o tempo. Tenho entrado 7:45 e saio as 19:30 e sabem da pior??? Estou adorando!!!! Mas infelizmente o blog fica para trás.....

Sem falar que voltei a idade do modem lascado. Estou instalado provisóriamente na casa dos meus pais, onde a internet ainda não chegou. Se não fosse pela Carol, estaria usando o notebook top de 4linha do meu pai em uma linha telefonica pré-histórica.

Por falar em Idade da Pedra e coisas antigas... Hoje tive um lampejo de como estou ficando velho, meu pai já foi homenageado. Bem, na verdade ele foi homenageado pela sua própria empresa na filial de Jataí - GO... mas já brincamos que em alguns anos teremos a Usina Hidrelétrica Chico Tavares (tomara que demore MUITO).

PS: A Carol também tem esse sinal da idade, seu avô é homenageado em uma escola em Botucatu, a EMEEI João Maria de Araújo Júnior... hehehe

DSC00621a




sexta-feira, 4 de julho de 2008

O Fim dos Tempos

Segundo dia no novo emprego e me vejo totalmente isolado do mundo.
No inicio pensamos que se tratava de um problema só no escritório, depois só em Itu. Mas por telefone, a minha Querida Carol me disse que o buraco era mais embaixo, o estado todos não tinha acesso... o fim dos tempos!!!
No inicio da tarde regredi mais de 5 anos e passei um fax. Tinha que passar um e-mail importante para um cliente e não tive duvida, imprimi e fui ouvir aqueles barulhos psicodélicos que só um aparelho de fax faz por você.
A pérola do dia. Liguei para o contador da empresa e durante a conversa ele me diz: "Aqui só entra o Skype e o site da Receita Federal". Dei risada e achei que o cara estava louco, todos fora do ar e só a Receita funcionando. Só por desencargo de consciência fui testar, e adivinhem... funcionou. Inclusive consultei a minha restituição e mais uma vez adivinhem... continua em processamento e ainda não saiu!!
Aquela história que no fim dos tempos, depois de um ataque nuclear só as baratas sobrevivem é verdade!!!!

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Fretes e Carretos

Queridos Leitores, muitas mudanças no horizonte, praticamente uma empresa de fretes e carretos do mundo dos blogs:

A Carol mudou o blog de endereço.

Estou mudando de cidade: de São José dos Campos para Itu.

Estou mudando de emprego: saindo da SadeFem e indo para a Serccom.

Estou mudando de função: saindo da área Comercial de Geração Hidrelétrica e indo para área de Contratos de Geração Hidrelétrica.

Estou mudando de salário: mas isso é um problema meu... hehehhe

Aproveito para agradecer a todos os colegas que deixei na Sade, alguns deles fiéis leitores deste blog. Alguns ainda vão me aturar em eventuais visitas ao escritório da Paulista, com o único objetivo de biritar e fofocar. Outros vão me aturar em bares de Sampa ao invés do Peixoto ou dos outros bares de São José e Jaca-City.

Aprendi muito nestes anos, cresci profissionalmente e o que mais interessa aos leitores: colecionei muitas histórias que serão contadas por aqui com o tempo.

domingo, 29 de junho de 2008

O Poste Suicida - Parte 2

Acordei na segunda bem cedo. Minha cabeça estava gigante depois de uma péssima de sono, me sentindo como se tivesse brigado com uma namorada ou feito uma besteira grande. Mas já tinha um plano e agora era só colocar em pratica.

Fui até a Meca das lojas de auto-peças, a Voli. Por algum golpe de sorte, naquela manhã eu tinha algum dinheiro no bolso, o suficiente para comprar um pára-choque, dois pacotes de Durepoxi, folhas de lixa diversas e uma lata de spray na cor do carro. Coloquei tudo no espaçoso porta-malas da Carmosina, rumei para casa e teve inicio a reforma de emergência.

Tirei o pára-choque avariado, com muita dor no coração eu raspei a tinta que estava no amassado da lataria e preparei a massa de Durepoxi. Preenchi o espaço da batida, lixei e esperei por intermináveis cento e vinte minutos até a secagem completa da massa milagrosa. As duas horas pareciam dias no meu mundo ansioso, peguei alguns jornais velhos e cobri as outras partes da lataria que não deveriam receber o spray, cobri o piso da garagem para evitar respingos e comecei o trabalho de pintura. Ao final das três demãos, esperei cento e oitenta minutos pela secagem da tinta. A montagem do pára-choque não teve nenhum segredo, eram só quatro parafusos.

Serviço terminado, olhei com orgulho para a minha obra de arte. Estava irretocável, melhor do que antes. Na terça à noite meus pais chegaram de viagem, ele olhou a quilometragem e ainda elogiou o banho que o carro tinha recebido. Final perfeito para um plano perfeito... ou não?

Alguns anos depois, aquele pedaço de Durepoxi caiu, porque o funileiro que fez o serviço esqueceu de passar um verniz na lataria afetada e ele enferrujou. Nessa época fiquei sem jeito e vermelho de vergonha. Meu pai perguntou se eu sabia alguma coisa a respeito e eu disse que não, que o carro deveria ter sido comprado assim. Ele alegou que o pára-choque da frente era muito mais novo que o de trás, que nenhum funileiro usa Durepoxi, entre outras coisas. Não tive saída a não ser confessar o meu crime.

Passado algumas horas da bronca, fui perguntar das diferenças que ele encontrou. Meu pai falou que na quarta-feira de Cinzas ele já sabia da fraude. Fiquei de boca aberta! O meu serviço era a prova de peritos. Meu pai, com a calma que só um mineiro pode ter, me explicou que o pára-choque traseiro estava enferrujado e o dianteiro não. Me disse que esqueci o saco de lixo com as caixas de Durepoxi, as lixas usadas e as latas de spray no fundo de casa.

terça-feira, 24 de junho de 2008

O Poste Suicida - Parte 1

Nas minhas primeiras semanas com a Carmosina, a marcação era serrada. Pior que o Herrera no jogo contra o Ixpóti, só que sem um Bando de Loucos para apóia-lo. Não podia ir para a escola, não podia voltar tarde, não podia dar carona para os amigos, não podia levar o meu irmão sozinho e o maior absurdo de todos: não poderia aproveitar o carnaval.

Enfim chegava o meu tão sonhado primeiro carnaval motorizado. O sonho de todo pequeno homem, o limite era aonde a minha mesada podia me levar... ou seja, nada além dos limites da zona sul de Sampa.

Meus pais e o Tarugo saíram de casa no sábado bem cedo, iriam passar o carnaval na próspera e pujante Monsenhor Paulo. Antes da saída, fui bombardeado com pedidos para não usar o carro à noite, não beber, não dar carona aos amigos, não ir a festas, não ir longe, entre milhares de outros. Meu pai olhou a quilometragem do carro e disse que eu podia rodar no máximo cem quilômetros. Eles saíram de casa e eu experimentei a liberdade quase total pela primeira vez na minha vida.

Foi tudo tranqüilo no sábado, obedeci cegamente as ordens e procedimentos recomendados. No domingo perdi o medo e andei nas marginais, na vinte e três de maio e mais algumas avenidas da zona sul, uma verdadeira aventura para um novato. Ainda bem que a cidade estava vazia, ninguém fazia idéia do risco que corriam se aproximando daquela Marajó bege. A noite pensei no maior desafio de todos: ir até o Mr. Sheik (nem existe mais) da Av. Domingos de Morais. Como uma prévia do meu eterno senso de direção equivocado, errei o caminho e tive que fazer uma gambiarra para corrigir.

Entrei em uma rua estreita e o meu eterno senso de espaço equivocado me pregou a primeira peça, fui fazer o balão para retornar e um poste metálico ficou no caminho. Pior que isso, além de ficar no caminho ele não me viu, não se manifestou, não balançou a placa me chamando a atenção... o maldito simplesmente não deu sinal de vida. Até hoje acho que ele forçou a batida para entrar com um processo no futuro.... Para o azar dele, ele só teve pequenos arranhões, saiu um pouco da tinta. Já a Carmosina, tadinha! Seu para-choque ficou torto e amassado, a lataria atrás do para-choque também foi afetada e ficou bem amassada. Voltei para casa sem a comida do Mr. Sheik, com um coração despedaçado por ter machucado a Carmosina e querendo destruir o poste suicida. Passei aquela noite pensando no estrago e na punição que receberia dos meus pais. No mínimo só poderia voltar a dirigir no século 21.

Depois de muito pensar, chorar, refletir e imaginar uma saída menos dolorosa, achei uma solução: trocar o para-choque e arrumar o amassado. Mas não havia tempo para levar a um funileiro normal durante o carnaval. Eu mesmo teria que fazer o serviço. Tinha um plano!!!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A Carmosina

Assim que a vi em Março de 1992, foi amor à primeira vista.

Acordei na manhã daquele sábado doido para ver logo o meu presente. Sonhava a dias com um Gol preto ou prata. Sai da cama correndo e fui olhar na garagem.... nada. Meu primeiro carro ainda não havia chegado. Fiquei mais ansioso que o normal, mas não tinha o que fazer, ainda não existiam celulares ou outra forma de contato com os meus pais. Só me restava esperar os segundos passaram muito lentamente. Meu irmão veio compartilhar a ansiedade comigo, afinal o interesse era todo dele também. A nossa tão sonhada liberdade chegaria em breve.

Depois de uma espera quase interminável, minha mãe chega. Levantei do sofá e fui correndo para a garagem, esperando pelo meu pai e pelo meu novo carro. Recebi a triste noticia que o meu pai tinha ido ao supermercado com o MEU carro novo. Pela minha experiência, isso queria dizer quase uma hora de espera. Fiz um inquérito com a minha mãe e não consegui extrair nada, nenhum detalhe sobre o tão sonhado objeto do desejo.

Mais alguns instantes de tortura e finalmente meu pai chega em casa.... corri para garagem e não vi o meu Gol preto. Tinha uma Marajó bege parada na frente da garagem. A principio pensei ser algum folgado que havia parado ali. Mas quando meu pai saiu, percebi que não haveria nenhum Gol. Percebi que a partir daquele momento eramos somente eu e a Marajó.

Nos primeiros minutos ficamos nos olhando de longe, achei a cor esquisita, achei o desenho esquisito, achei muito velha (já tinha 10 anos), achei que não combinava comigo e acabei me aproximando mais, perdendo o medo. Entrei no carro e fui dar uma volta.... o câmbio tinha só quatro marchas, o interior era franciscano, desprovido de qualquer luxo. Os únicos luxos do carro eram um toca-fitas RoadStar e um equalizador Tojo.

Depois de alguns minutos saboreando o prazer de dirigir aquele carro fiquei apaixonado, ela ganhou um nome: Carmosina. Eu tinha a minha liberdade e um RoadStar. Nossa relação durou cerca de dois anos, quando ela foi trocada pelo saudoso Raimundo (Jeep Willys 1957).

Nos próximos posts, algumas das nossas histórias.

img2 Isso é uma Marajó, imaginem ela bege.

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Interior luxuoso e ricamente equipado
roadstar2 Toca-fitas RoadStar que equipava a Carmosina
tojo O maior luxo da Carmosina, um equalizador Tojo.

sábado, 14 de junho de 2008

O sonho acabou...

O sonho acabou.... já dizia o padeiro ou John Lennon.

Mas valeu pela viagem com a Carol, pelos novos amigos e pra variar pelas histórias.

Na quarta não trabalhei direito, esperei o tempo passar no mesmo ritmo que as pedras andam... Meio dia, encontrei a Carol em Guarulhos e fomos desfrutar dos nossos últimos minutos de conforto na sala VIP da TAM, tomei dois chopps, a Carol beliscou alguns petit fours e uma Coca. Uma repórter da Band nos entrevistou e perguntou sobre ingressos e sobre nossa ida a Recife. Chegamos à sala de embarque e ouvimos nossos nomes sendo chamados no sistema de som, quase perdemos o vôo e dessa vez a culpa seria minha.

Durante o vôo para Salvador, sentamos na frente de duas grandes figuras (Paulinho e Carlão) e passamos o tempo todo falando besteiras e pensando no jogo. Além de nós quatro, deveriam ter mais uns dez Corinthianos, entre eles um operador da Globo, um figura e apresentador do programa Propaganda Futebol Clube (Evandro). Em um vôo normal, é comum ouvir umas poucas latinhas de Sol ou Xingu sendo abertas, naquele dia elas eram maioria, seria um esquenta para o jogo?

Escala em Salvador. Renovamos nossas cervejas. Encontramos com mais Corinthianos e alguns torcedores do Ixpóti. Rumamos para Recife. Em teoria, deveria ganhar mais uma latinha no vôo, mas quando o carrinho chegou na minha poltrona, adivinhem... acabou tudo. Fiz cara de pidão e de choro, tanto que o comissário achou mais uma Xingu perdida (cerveja preta = sinal de vitória do Timão). Nessa etapa, o pessoal estava mais animado, cantamos mais e depois do pouso o copiloto foi ovacionado depois da Comandante Duda avisar que ele era Corinthiano e que tinha feito o pouso.

O aeroporto estava lotado de Corinthianos, mas nenhuma confusão. Pegamos um táxi para o estádio com o Evandro e começamos a nos preocupar com os ingressos. Ligamos para o meu colega (Sena) que estava desembarcando e tinha conseguido os ingressos com um cambista. Deixamos o Evandro no estádio e estávamos a meio caminho do aeroporto para encontrar o Sena quando liguei para o pessoal da Gaviões e recebi a noticia que nossos ingressos estavam garantidos. Mudamos de rumo e fomos felizes para o hotel. Primeiro ponto de destaque da noite, a organização da Gaviões. Saímos do hotel com os ingressos na mão.

Rumamos para o estádio, assistimos o jogo e no inicio do segundo tempo a Carol resolveu sair de perto da Camisa 12 (outra organizada do Corinthians) porque eles davam azar. Deveriam dar azar mesmo. Quando fui descer da arquibancada enrosquei minha coxa em um bumbo e fiz um belo estrago.

Fim do tormento, ou melhor do jogo. Saímos do estádio e fomos pegar um táxi para voltar ao aeroporto. Segundo ponto de destaque da noite, a Polícia de Pernambuco, que escoltou a triste torcida Corinthiana e ficou ao nosso lado o tempo todo. Conseguimos garimpar um táxi e fomos para o aeroporto com o Paulinho e o Carlão. Engraçado que a cidade estava calma, nenhuma grande festa ou comemoração por onde passamos. Eita torcida esquisita.

Chegamos no aeroporto, aquele clima de velório só foi quebrado pelas long necks que o Carlão trouxe e nos presenteou. A Carol se isolou tomada por uma tristeza súbita e justificada. Ficamos bebendo, lamentando, criticando e fazendo devaneios sobre o jogo. O Sena e o Rafael (seu filho) se juntaram ao nosso grupo e continuamos lamentando e bebericando.

Infelizmente nosso vôo para Sampa era as seis da matina, nossa energia acabou, fomos fazer o check in e dormir no chão do aeroporto esperando pela hora de voltar para casa, para os amigos anti-corinthianos e para vida normal.

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Empolgado com os ingressos na mão
 
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Empolgados durante o jogo
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Minha coxa, dois dias depois de colidir com um bumbo da Camisa 12.

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Carol, a mendiga pós-jogo

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Caixa Postal

No momento não posso atendê-lo, estou a caminho de Recife para ver o TIMÃO ser Campeão da Copa do Brasil.

Por favor, após o sinal deixe seu recado que retornarei assim que possível.

PPPIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

Na verdade talvez demore a retornar em função das comemorações pelo Titulo.

Talvez eu largue tudo, compre um quiosque e fique em Recife.

Aguardem novidades nos próximos dias.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Uma noite muito Louca - Parte 03: A Volta

Saímos do tal bote em desabalada carreira e fomos em direção a Sampa. Olhávamos para trás, certos que seriamos perseguidos por uma horda de micos, pelo sindicato das Damas da Noite ou na pior das hipóteses pela turma do caiçara. Tudo ainda parecia muito non sense, bizarro demais para entender. Para completar, meu irmão estava preocupado com uma fita K7 (nossa como estou velho!) que havia esquecido no bote e o Juliano com a carteira que ele achava que estava no carro.

Pegamos a estrada, ainda meio ressabiados com possíveis ataques de micos, macacos ou qualquer parente distante do coitado que alimentamos no bote. Passava um pouco das quatro da matina, ainda estávamos ligados a ponto do Ju pensar em tomar uma saideira em alguma padóca (padaria) de Sampa se ele achasse a carteira. A discussão evoluiu ao ponto de encostarmos o carro na subida da serra para uma busca mais detalhada. Nada, nenhuma pista. Mas do alto da nossa sabedoria, imaginamos que ela poderia ter caído durante a corrida pela Interligação, parecia óbvio!!!

Chegamos na Interligação. Pediram para ir mais devagar. Pediram para encostar o carro. Queriam procurar a carteira. Afirmavam que era ali que a corrida mais bizarra da história dos esportes bizarros tinha acontecido. Liguei o pisca-alerta e os dois foram para o canteiro central. Fiquei no carro pensando com meus botões o que um policial acharia da nossa história se fossemos abordados.

Eles não encontraram a carteira e fomos embora. Algumas centenas de metros depois acharam o lugar outra vez, mas agora era certo e exato. Em minutos estávamos outra vez na estrada. O processo repetiu-se inúmeras vezes até o raiar de um novo dia.

Algumas longas horas depois, estava na minha cama refletindo sobre essa noite louca. Pensando na carteira do Ju, sozinha lá na Interligação. Sobre o que fizemos.

Hoje, mais de dez anos depois, olhando para trás acho errado e condenaria o que fizemos com o mico e com a Dama, apesar de não ter maiores conseqüências. Hoje a carteira do Ju continua perdida. Se um dia você passar pela Interligação e tiver sem pressa, diminua a velocidade e preste atenção ao canteiro central. Se achar alguma pista do paradeiro mande um e-mail.

sábado, 7 de junho de 2008

Uma noite muito louca - Parte 2: O Bote

Chegamos em Santos por volta da uma da madrugada e começamos a procurar por um boteco. A busca se mostrava cada vez mais difícil, quase todos os barzinhos estavam fechados ou prestes a fechar, os botecos abertos pareciam perigosos até para os nossos padrões mínimos de segurança, passamos por um pequeno “bote” que estava aberto e que mudaria todo o curso dessa história.

O lugar era bem precário, um pequeno quiosque com algumas mesas de metal. Tão sujo e escuro quanto só um bote poderia ser. Tudo levava a crer que iríamos tomar a cerveja que procuramos a um preço que só um bote faz por você.

Exceto pelo “bartender”, o local era ocupado por uma figura bizarra: um caiçara caindo de bêbado e um miquinho. Sim queridos leitores eu disse, ou melhor escrevi: um pequeno símio. Pedimos duas Antarcticas, um saquinho de amendoins, sentamos numa mesa enferrujada e começamos a beliscar. O Juliano ofereceu um amendoim para o miquinho e foi repreendido pelo caiçara, que disse que o mico não podia comer e o ameaçou das piores torturas deste e de outros mundos.

A atitude mais correta e ajuizada que deveríamos tomar era obedecer as ordens e evitar as pragas e ameaças do caiçara. O caiçara estava tão entretido com uma Dama da Noite que havia acabado de chegar ao bote, que nem reparou nos amendoins que foram dados ao pequeno símio. Neste momento cometemos o nosso primeiro grande erro da noite, mas pelo visto o erro era só sob o nosso ponto de vista, já que o mico gostava de amendoins, porque comia vários.

Essa Dama da Noite recém chegada no bote era uma mistura de Elba Ramalho, Dercy Gonçalves e Elke Maravilha. Uma vasta cabeleira em um corpo surrado com a graduação alcoólica próxima a uma garrafa de Pitu. Neste momento cometemos nosso segundo erro da noite, começamos a depositar alguns pequenos objetos na vasta cabeleira da dama. Começamos por bolinhas de papel (dezenas), perdemos o medo o colocamos alguns amendoins, nos arriscamos colocando algumas folhas secas. Em algum momento alguém perdeu a noção e colocou uma bituca de cigarro “apagada” naquele ninho de sujeira.

Olhei para aquela árvore de natal bizarra e ri (hoje parece coisa sem graça, eu sei). A graça acabou quando reparei em um fio de fumaça saindo do alto da cabeça dela, pedi a opinião do meu irmão e do Ju, que confirmaram a minha suspeita. O meu irmão, imbuído de um grande senso de ajuda tratou de apagar o inicio de incêndio. Cometemos nosso terceiro grande erro da noite: apagamos com um copo de cerveja. A cena era tosca, a Dama lembrando uma árvore de natal cujas lâmpadas brancas entram em curto e iniciaram um incêndio, de tão bêbada ela só viu a “brincadeira” quando a cerveja apagou o estrago.

Com toda a razão do mundo ela começou a nos xingar, mesmo sem saber que não ficou careca por pouco (ela não tinha se tocado). O dono do bote estava começando a nos olhar feio quando o mico passou mal. Na verdade ele desceu da cadeira onde estava vendo toda aquela cena e vomitou alguns amendoins não digeridos. O caiçara ficou furioso com a nossa desobediência e quis partir para porrada, sendo contido pelo dono. Ainda tive a frieza de pedir dinheiro para o Ju, ele teve mais frieza ainda em olhar no bolso da calça, não achar a carteira e dizer que ela estava no carro.

Como em uma peça de teatro louca, era a nossa deixa para sair de cena. Acertei a conta com o dono do bote enquanto meu irmão e o Ju negociavam nossa integridade física com o caiçara. O dono me avisou que era melhor irmos embora enquanto podíamos, já que a Dama tinha ido buscar reforço e o caiçara estava a ponto de explodir.

Tomamos a primeira decisão acertada da noite e partimos de volta para Sampa, mas a história dessa noite ainda estava longe de acabar.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Uma noite muito louca - Parte 01: A Ida

Numa noite de sábado qualquer de 1996, eu, meu irmão e o Juliano estávamos pensando em alguma coisa para preencher o nosso tempo e nos divertir um pouco. Nenhuma balada parecia ter graça, nenhum boteco nos atraia, nenhuma calçada de 7-11 nos chamava e continuávamos angustiados. A única solução era sair de Sampa e procurar alguma coisa fora.

Fazer um bate-e-volta no Guarujá estava fora de questão, se somássemos nossas posses não teríamos dinheiro para a gasolina e para o pedágio. A única possibilidade ao nosso alcance era um bate-e-volta para Santos. O Juliano disse que conhecia uns “botes” (estabelecimentos piores que botecos) perto da balsa para o Guarujá. E deu-se inicio a mais louca das noites.

Saímos de casa, colocamos o mínimo de combustível necessário para ir e voltar a Santos, sem nenhuma reserva. Pagamos o pedágio na rodovia dos Imigrantes e o dinheiro que sobrou era a conta de bebermos em Santos e voltarmos pra casa, sem dinheiro para uma bala.

Quando chegamos na Interligação da Imigrantes com a Anchieta estava uma neblina mais densa que um muro de concreto. Não era possível ver mais de meia dúzia de olhos-de-gatos na estrada. Para minha surpresa, o meu irmão do nada ordena que eu pare o carro no acostamento. Ainda tentei argumentar que era perigoso, que tinha neblina... mas era impossível, ele já havia descido e o Ju ia atrás dele.

Neste momento vi uma cena, que até aquele minuto julgava uma das mais bizarras da noite: ambos abaixaram as calças até a altura do tornozelo e ficaram só de cuecas. Fiquei sem palavras, rindo e espantado ao mesmo tempo, o Ju olha pra mim e diz: “Porra Shibas! Nós vamos apostar uma corrida até o outro lado da pista. Quer vir também?”. Falei que eram loucos, que iriam morrer, que iam cair no canteiro central e se machucar.... Mais uma vez não fui ouvido, eles já estavam a competindo.

Passados alguns minutos de tensão, terror, raiva e curiosidade eu começo a ouvir algumas risadas. Consigo ver alguns vultos saindo da neblina, mas poderiam ser eles, uma vaca, um motoqueiro ou a minha imaginação. Os dois chegam perto do carro, bufando feito dois maratonistas desprovidos de juízo e bom senso, sobem as calças na maior cara de pau do mundo e voltam para dentro do carro. Fomos direto para a baixada santista.

Só para constar, até hoje não foi declarado nenhum vencedor. Segundo me contaram, ambos se empurraram e se digladiaram na grama do canteiro central, tanto na ida como na volta.

domingo, 1 de junho de 2008

Esquenta para o jogo do Timão

Noite de quarta-feira passada estava parado no trânsito da avenida Morumbi, acompanhado da Carol e da Mari. Estava tudo parado em direção ao cercadinho dos bambis, onde eu estava prestes a ver um dos jogos mais emocionantes até hoje.

As duas não paravam de falar nem para respirar, os assuntos iam desde a corrida presidencial americana, o conserto do meu carro e o jogo que iríamos assistir. Neste meio tempo, recebi uma ligação do meu querido e amado chefe. Ele estava em uma reunião, e queria minha humilde opinião sobre a embarque de um rotor kaplan para a África do Sul. Como o assunto da minha ligação não era exatamente interessante, as duas voltaram ao seu papo variado.

Alguns minutos depois, ainda estava ao telefone quando ouço a Carol falar para Mari: “Quando chegar aos 60kg vou andar pelada na rua!!”. Eu ainda tentei olhar para elas e pedir para falarem as besteiras em um volume mais baixo. Mas era tarde demais, do outro lado da linha meu chefe já estava rindo. Para o meu completo terror o meu chefe não ria sozinho, ouvi algumas risadas conhecidas e perguntei envergonhado: “Cumpadi, nós estamos no viva-voz??”.

Preciso dizer que sim? Ouvi os comentários mais variados, em meio as risadas da Carol e da Mari, quase histéricas. Ouvi pedidos para avisar quando a Carol chegasse aos 60,100kg. Ouvi pedidos para registrar o momento.... Ouvi a voz e risada do Presidente de uma divisão da empresa onde o meu chefe estava reunido... Ouvi comentários durante toda essa semana.

Passado está pérola, estávamos subindo a ponte da avenida Morumbi sobre a Marginal Pinheiros quando o trânsito para mais uma vez. Havia um Passat bem velhinho sendo empurrado ponte acima, a Mari solta outra: “Olha Lu, com o que você gastou no seu carro, poderia ter comprado uns dois desses.”. Não sei ainda se o sarcasmo foi dirigido ao gasto com o meu carro ou para a sorte dos amigos Corinthianos.

Tudo isso foi um sinal do que estava por vir, a cerveja e o sanduiche de calabresa compartilhados com a Mari no caminho para o estádio (a Carol se absteve dessa parte). Sem falar na vitória do Timão!