Setembro de 2006.
Assunção – Paraguai
Depois de alguns dias na capital paraguaia fechando uma proposta de reforma de uma usina, havíamos acabado de entregar a proposta e perder a licitação.
Tudo bem, faz parte do jogo.
Pelo menos aproveitamos para conhecer a pujante capital, alguns bares, alguns bons restaurantes e descobrir que todos tem uma coisa em comum: o Rei Roberto Carlos.
Sem exceção, todos os locais visitados estavam tocando os últimos sucessos do Rei, ou algum clip tosco do Rei, ou pior ainda: um bar tinha um cover do Rei Roberto.
Como a abertura da licitação acabou antes do almoço, resolvemos ir numa churrascaria e afogar as magoas no alento de algumas garrafas de Erdinger.
O problema é que inverti a prioridade: me afoguei e não acabei com a fome.
Na verdade foi uma forma de protesto por ser dia sete de setembro e eu trabalhar, afinal no Paraguai não era feriado.
Acho que umas 5 ou 6 garrafas de Erdinger depois, O Andrade (meu chefe) e o Pablo (nosso representante) pediram a famosa saideira e resolvemos ir para o aeroporto debaixo de muita chuva.
Chegando no aeroporto, a chuva era tanta que o nosso vôo estava com 2 horas de atraso.
Levando em conta todo meu histórico, o que acham que fiz nessas duas horas?
Mas foram só duas garrafas de Brahma...
Finalmente nos chamaram para o embarque. Continuava chovendo muito e mesmo no solo, o avião balança muito.
O inevitável aconteceu e eu dormi.
Acordei meia hora depois (no meu relógio biológico bêbado) e irritado perguntei ao Andrade: “Porra Cumpadi, esse avião não vai decolar nunca?”.
Ele olha para minha cara amassada rindo e diz: “Dorme mais que já estamos quase chegando em Guarulhos e você já perdeu dois carrinhos de bebidas.”
Sentindo um vazio enorme por dentro, fiquei pensando nestes minutos que perdi na minha vida.
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